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A Causa palestina

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BandeirasIsraelPalestina

As bandeiras de Israel e da Palestina lado a lado, um sonho cada vez mais distante

Após serem expulsos dos territórios conquistados por Israel em 1948-49, na primeira guerra árabe-israelense,  quase 1 milhão de palestinos se refugiaram nos países árabes vizinhos ao novo Estado de Israel. Os que optaram por ficar nos territórios agora controlados pelos judeus perderam todos os seus direitos, apesar da Declaração de Fundação de Israel, de 1948, dizer que assegura “completa igualdade dos direitos sociais e políticos a todos os seus cidadãos, sem distinção de credo, raça ou sexo”.

Esses que ficaram formaram campos de refugiados graças a ajuda da ONU, que criou em 1950 o Organismo de Ajuda e de Trabalho das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA). O UNRWAR procurou assegurar moradia, roupas, saúde e escola para a população palestina.

Inicialmente esses campos eram para ser provisórios, mas acabaram permanentes devido a continuidade dos conflitos no Oriente Médio. Em 1967 o número de campos de refugiados aumentou com a Guerra dos Seis Dias, quando Israel anexou ao seu território, em apenas seis dias, a Faixa de Gaza, a Península do Sinai, a Cisjordânia e as Colinas de Golã.

Essa situação facilitou a criação de grupos de guerrilheiros palestinos, que passaram a atacar Israel partindo de bases instaladas na Síria, Jordânia e Faixa de Gaza. Em 1959 foi fundado o Movimento de Libertação Palestina, que ficaria conhecido com Al-Fatah, que em árabe significa conquista. O movimento, liderado por Yasser Arafat, tinha o objetivo de fundar o Estado Palestino e obrigar Israel a devolver as terras ocupadas.

Diversos grupos como o Al-Fatah se proliferaram na região e em 1964 muitos se uniram ao Al-Fatah e criaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). A presidência da organização ficou com Arafat. As atividades extremistas da OLP foram o estopim para a Guerra dos Seis Dias. Essas atividades terroristas também foram responsáveis pela expulsão de mais de 1 milhão de palestinos da Jordânia. Sob o pretexto de que os campos de refugiados abrigavam os grupos terroristas, o rei Hussein, governante da Jordânia, ordenou a expulsão de todos os palestinos e a destruição dos campos de refugiados.

Muitos dos palestinos expulsos da Jordânia foram buscar abrigo no Líbano, onde a sede da OLP passou a funcionar  e de onde os grupos terroristas passaram a partir para Israel.

Arafat

Yasser Arafat, um dos principais nomes da causa palestina morreu em 2004

No inicio dos anos 80 Yasser Arafat começou a dar sinais de que estaria aberto a negociar com Israel para encontrar  uma solução política para a causa palestina. Essa atitude causou a ira de grupos extremistas, que passaram a tramar a morte do líder da OLP. Arafat ficou enfraquecido politicamente dentro do movimento e da sociedade muçulmana, que não aceitava reconhecer, nem negociar com Israel. Arafat escapou de alguns atentados planejados pelos extremistas e se aproximou do presidente do Egito, Hosni Mubarak e do rei Hussein, da Jordânia. Esse apoio garantiu a Arafat a reeleição para a OLP, em 1984. Um ano depois Arafat e Hussein fizeram uma proposta de paz para Israel, que recusou e manteve a política de colonização dos territórios ocupados.

Essa recusa de acordo, e o atropelamento de um menino palestino por um caminhão do exército israelense, ocasionaram a primeira Intifada, em 1987, quando milhares de palestinos foram para as ruas e atacaram soldados israelenses a pedradas.

Um ano após a Intifada a OLP, reunida em Argel, na Argélia, proclamou a criação do Estado da Palestina e declarou aceitar a existência do Estado de Israel. Declarando também a rejeição ao terrorismo e pediu uma resolução para o problema dos refugiados, de acordo com as leis e práticas internacionais e conforme as resoluções da ONU.

Nesse ano também foi criada a chamada Autoridade Nacional Palestina, que passou a negociar com outros governos a causa palestina. Em 1993 Arafat, agora líder da Autoridade, e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de Israel, assinaram novos acordos de paz, onde Israel reconhecia a autonomia palestina na Faixa de Gaza e na cidade de Jericó, na Cisjordânia. No ano seguinte foi assinado a Acordo de Oslo, onde Israel se comprometia a iniciar uma retirada de suas tropas dos territórios ocupados.

Netanyahu

Banjamim Netanyahu, sua volta ao comando de Israel pode significar mais dificuldades para um acordo com o palestinos

Entretanto, em 1996, Banjamim Netanyahu, do partido Likud, assumiu a presidência de Israel. Netanyahu é de  extrema direita e contra a retirada das tropas dos territórios ocupados. Ele fechou a sede da OLP em Jerusalém e anulou o decreto que impedia Israel de construir colônias na Cisjordânia, agravando a crisa árabe-israelense.

Em maio de 1999, as novas eleições em Israel levaram ao poder o partido trabalhista, que é favorável à paz. O novo governo, chefiado por Ehud Barak, retomou a retirada das tropas israelenses dos territórios ocupados e, em março de 2000, concedeu aos palestinos o controle de 40% do território da Cisjordânia.

Atualmente o partidoKadima está no comando de Israel e Ehud Olmert é o primeiro-ministro, mas novas eleições ocorrem esse ano. Muitos intelectuais levantam a questão sobre a atual invasão ser uma forma do partido de ficar mais forte, já que vinha perdendo a credibilidade por não ter respondido de imediato, e com intensidade, aos ataques do Hamas.

Livni Olmert

Tzipi Livni e Ehud Olmert. O partido Kadima é favorável a um acordo com os palestimos, mas teve de responder aos ataques do Hamas

Netanyahu concorre a presidência de Israel e lidera as pesquisas. Sua vitória pode significar a permanência das tropas israelenses em Gaza, já que o partido Likud é contra as negociações com os palestinos. Pelo partido Kadima Tzipi Livni também concorre à presidência.

O mais conhecido líder palestino, e o mais favorável a um acordo com Israel, Yasser Arafat, morreu em 2004, aos 75 anos, em decorrência de falência múltipla dos orgãos.

Written by Bruno de Carvalho

janeiro 16, 2009 at 1:09 pm

Publicado em conflito, História, Mundo, sociedade

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